Clipping: Empresa mato-grossense é pioneira no mercado de crédito de carbono
As oportunidades podem surgir de onde menos se espera. Nestes tempos em que o mundo passa por grandes transformações climáticas, um novo mercado ganha força, o de créditos de carbono. É uma forma de compensar a emissão dos chamados gases de efeito estufa (GEEs) – em grande parte ligados à produção e ao desenvolvimento econômico, mas também ao nosso dia a dia – mas que podem trazer benefícios a diferentes atores dessa cadeia econômica.
Existem hoje inúmeras empresas que se dedicam ao mercado de neutralização de carbono, atuando de diferentes formas. Em Mato Grosso, uma das pioneiras é a Cofan, que há 14 anos opera na área de inteligência financeira aplicada ao agronegócio. A organização tem desempenhado um papel importante no apoio e orientação de produtores no estado que podem ajudar a equilibrar essa balança ao mesmo tempo em que garantem recursos importantes para alavancar seus negócios.
“A Cofan adquiriu sólidos conhecimentos sobre mercado de créditos de carbono e tem fornecido toda a orientação necessária aos produtores que possuem áreas elegíveis, além de encaminhar a documentação necessária para que sejam feitas avaliações, emissões de laudos e medições de quantidade de dióxido de carbono que pode ser capturada por hectare”, explica o CEO da empresa, Pablo Padilha. A quantidade vai depender da densidade da mata, composição, a proximidade dela com outras regiões produtivas. “Uma mata que está próxima de áreas que tiveram supressão vegetal, de plantio, ela tem um potencial de gerar um volume maior de créditos de carbono por hectare”, salienta.
É um bom negócio para o produtor e para o meio ambiente, avalia o executivo. “A geração dos créditos de carbono vem, portanto, da floresta que vai ficar de pé. E nós temos em Mato Grosso muitas propriedades com grandes áreas de reserva legal, com a vegetação nativa preservada, que podem ser remunerados por isso”, ressalta.
De acordo com ele, trata-se de um mercado hoje muito bem estruturado, com diversas empresas, nacionais e internacionais, que fornecem os serviços ambientais essenciais para as documentações e avaliações necessárias, como a Verde Pleno, Future Carbon, Geonoma e Carbonext. Já a certificação e registro ambiental é feita por organizações como a Verra, hoje considerada a principal certificadora desses créditos no mundo.
Outro ponto que Pablo aponta como importante é o amparo legal que existe em relação ao mercado de carbono. “A Câmara dos Deputados aprovou uma proposta de regulamentação no Brasil, o PL 2148/15, que cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), estabelecendo tetos para emissões e um mercado de venda de títulos”, exemplifica. O projeto é inspirado em experiências internacionais bem-sucedidas, nas quais empresas ambientalmente mais eficientes têm esta iniciativa como uma fonte extra de recursos financeiros e de minimização dos efeitos dos GEEs. “Isso traz mais transparência e segurança, demonstrando a solidez desse mercado”, finaliza Pablo Padilha.
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